Ouvir Nights In White Satin é recuar no tempo, é resgatar um período muito preciso da vida, é recordar, com meiguice e nostalgia, a inconsciência não reflectida da adolescência. De um tempo de utopia, de sonhos, de uma certa irresponsabilidade, da imaturidade da vida por acontecer, da vida por fazer. De um tempo despreocupado, em que tudo parecia possível, alcançável, realizável pela inocência da idade.
Ouvir este clássico, hoje, é, simultaneamente, caminhar no presente que se constrói com dúvidas e certezas, com receios corajosos, redescobrindo gentes e lugares, afectos e emoções, na compreensão da unicidade do ser, na aceitação da diversidade do ser-se, com a doçura das memórias.
Perder-me nos acordes desta música - Nights in white satin, never reaching the end... - é passado e presente.