Se há verbo mais utilizado pelas gentes deste espaço, quase rectângulo, na pontinha da Europa, é sem dúvida o verbo coscuvilhar.
Coscuvilham os colegas no local de trabalho, coscuvilham os empregados na ausência dos patrões, coscuvilham os estadistas nos meandros da política, coscuvilha o país inteiro numa mentalidade muito própria deste Sul que nos diferenciou.
A coscuvilhice tornou-se o dia-a-dia natural da preocupação nacional.
Com tanta coscuvilhice, tanta energia desperdiçada, tanta força deslocada neste país periférico, não é para admirar que Merkel e Sarkozy nos queiram atirar para o esquecimento ibérico.
Com este coscuvilheiro texto, a pensar em português, não me livro também eu de me coscuvilharem vocês!
Ah, nação imortal, que da coscuvilhice primordial, nasceste tu, ó Portugal!