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sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Reaparição

Eis que de súbito, decide romper com o silêncio a que se remetera, desde que procurara, na Cidade Luz, o refúgio perfeito para fazer a pausa necessária, a reflexão obrigatória, logo após a derrota que obteve nas eleições legislativas.
É compreensível, é aceitável, era preciso, quase inevitável, depois de uma governação desastrosa!
Quase já nem nos lembraríamos da sua existência, não fora o caos económico em que nos deixou, não fora o comprometimento do futuro que originou.
Anteontem, ao ouvi-lo afirmar, convictamente, perante jovens estudantes, numa universidade francesa, que os países pequenos, como o nosso, não têm de pagar as suas dívidas e que pensar isso é como uma brincadeira de criança, percebi, finalmente, os contornos ideológicos que comandaram a sua acção política, enquanto governou, como Primeiro-Ministro, a gente deste pequeno território.
Na sequência da primeira intervenção pública, após o afastamento assumido, na cidade dos amantes e numa campanha de marketing – cultiva o afastamento, mas não o esquecimento – o seu discurso inflamou o meio político e social, tal a calinada proferida perante uma vasta assembleia e prontamente divulgada pelos órgãos de comunicação social.
Raríssimos, são os momentos em que sinto vergonha de ser portuguesa.
Infelizmente, este foi um deles!