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domingo, 8 de janeiro de 2012

Criação

Nos momentos sossegadamente silenciosos, descubro-me, percebo-me, encontro-me.
Nas breves lacunas do nada, escuto o som das palavras, apenas pensadas.
Em instantes solitários de não solidão, desvendo as memórias que a poeira do tempo somente escondera e busco, num lugar oculto de mim mesma, a essência do que sou.
Na mansidão da noite escura, decifro a incógnita linguagem da razão, solto-a, grito-a, acompanham-me as ténues sombras da percepção dos outros e de mim.
Nos momentos sossegadamente silenciosos do tempo, escrevo e, em cada palavra pensada, maturada, cuidadosamente significada, desvendo a linguagem da alma, deixo-me interpretar.
Na tranquilidade silenciosa da noite, na perfeição da existência criada, eu sou.