Reagindo aos
resultados alcançados pelos alunos nos exames dos 6º e 9º anos, Nuno Crato
afirmou que os mesmos indiciam dificuldades permanentes a Português e
Matemática – uma realidade que há muito é sentida por quem está no terreno.
Face aos maus
resultados, o Ministro da Educação declarou “obviamente que não estamos
contentes com isso. Temos de fazer, todos,
um esforço para melhorar. É um esforço
que não é só nosso, é um esforço que
é dos pais, dos professores, das escolas,
estamos todos a trabalhar para que estes resultados melhorem”. Tal como diz o senhor ministro, também eu concordo que é urgente e necessário um esforço conjunto para reverter a situação. (O que seria de esperar com tantos anos a insistir no eduquês? Só não via quem não queria!)
Na sua declaração à comunicação social, Nuno Crato nomeou de quem esperava esse esforço: ministério, pais, professores, escolas, todos, segundo afirma. Parece-me que o Senhor Ministro se esqueceu de nomear um dos elemento, talvez o mais importante neste processo de esforço e mudança: os alunos, como é óbvio!
De que vale o esforço dos pais, das escolas, dos professores, do próprio ministério, se os alunos não intervierem no processo e não realizarem, também eles, um esforço que passará, sem dúvida, por uma alteração de comportamento na sala de aula, um estudo regular, uma valorização social da escola e do estudo? De nada, afianço-vos!
A minha admiração maior não reside nos resultados, como já deu para entender, mas antes no esquecimento dos alunos no discurso do ministro!
É que fazer omeletes sem ovos, é impraticável, impensável e, sobretudo, impossível!