O equinócio
passou completamente despercebido, disfarçado de Verão.
A tradição, se
se cumprisse, obrigava a que a mudança de estação fosse acompanhada de
temporal, ventos fortes e uivantes, marés vivas e muita chuva. Mas não! Usando
um cliché, a tradição já não é o que
era!A poluição, principal responsável pelo não cumprimento da tal tradição- meteorológica - alterou por completo o estado do tempo que seria habitual nesta altura.
Já Sophia de Mello Breyner e Andersen, no seu livro “A Menina do Mar”, retrata, em termos literários e melhor do que ninguém, as alterações que a entrada no Outono costumava provocar em termos meteorológicos.
Desde pequena que me lembro do meu pai, nas amenas conversas, características dos jantares em família, nos falar da tipicidade que a posição da Terra, em relação ao Sol, neste período do ano, trazia e as consequências que ela provocava em termos de estados de tempo.
Este ano, com um ligeiro atraso relativamente ao que é habitual, o mau tempo, prelúdio do Inverno que aguarda, vai-se fazer sentir, em cores graduées, algures entre os alertas amarelo, laranja e vermelho.
O ideal seria poder ficar em casa, enroscada no sofá, a observar as gotículas de água escorrerem pelas vidraças das janelas, ignorar os lamentos do vento, não valorizar as lágrimas da chuva e permanecer num sossego aconchegante, esquecendo o mau humor do tempo.
Seria… Se não tivesse de ir trabalhar!