Hoje sinto-me
mais leve, uma vez que a reunião da minha direção de turma já se realizou. A
preocupação maior já passou, mas não algumas obrigações profissionais que terei
de cumprir nesta breve interrupção lectiva.
Daqui a pouco vou, finalmente, montar o Presépio!
Por isso, dei uma vista de olhos, mais demorada, pela caixa de correio electrónico e atentei num email que me foi enviado, mais concretamente num determinado parágrafo! Mas antes, uma breve contextualização da ideia a desenvolver.
Como sabem, realizou-se, hoje, a prova de acesso à profissão docente para todos os que se encontram em situação de contratados, independentemente do número de anos de serviço que possuam. É uma falácia quando o ministro afirma que estão dispensados os professores com cinco ou mais anos, uma vez que se o espírito fosse esse, tal directiva tinha efeito imediato e não obrigava a que fossem os candidatos a ter de pedir a isenção da realização da prova, como aliás aconteceu.
Há relativamente pouco tempo, anulei a minha sindicalização daquele que foi o meu sindicato desde o primeiro ano de aulas. Fi-lo por um conjunto de razões díspares, mas também porque me comecei a não rever em determinadas tomadas de posição e/ou intervenções dos seus representantes. Continuo, no entanto, a considerar que é a estrutura sindical que mais defende os interesses da classe profissional a que pertenço. Esclarecido este ponto, entro directamente no assunto.
A propósito da greve ao serviço de vigilância à prova de acesso à profissão, de modo a impedir a realização da mesma - se o ministério considera ser aquele o género de prova que testa a capacidade dos candidatos a professores, enfim… -, uma vez que não concorda com ela, o meu ex sindicato emitiu uma nota à comunicação social dando conta do balanço do dia.
No parágrafo em causa, pode ler-se: De registar, negativamente, apesar de em baixo número, os docentes que abdicaram de afirmar a sua solidariedade para com os seus colegas sujeitos à prova e de defender a dignidade da sua profissão. Ao fazê-lo, poderão ter prestado um bom serviço ao governo e um mau serviço a toda uma classe, pondo-se, declaradamente, ao lado de Nuno Crato contra os seus colegas e contra si próprios. E foram estas palavras que me impulsionaram para a escrita deste texto, uma vez não concordar com a tomada de posição de quem as escreveu e critico-as.
Para tal, eis os meus argumentos: cada qual é livre de ter a sua opinião e de agir de acordo com ela; o facto de alguns professores não terem aderido à greve, não significa que estejam de acordo com a prova; os motivos de cada um não têm de ser questionados, já que vivemos numa sociedade democrática, que pugna pela liberdade de pensamento e de posicionamento; o sindicato deve preocupar-se em defender os interesses dos seus associados, fazendo sindicalismo e não imiscuir-se nos meandros da política, como se fosse um partido da oposição; esquece-se que os que não aderiram também são professores e não é, de todo, da sua competência ajudar a dividir o que já não tem muita união; ao escrever aquelas palavras passa para a opinião pública uma má imagem, não ajudando, em nada, a classe!
Por esta situação e por outras similares é que me afastei, demarquei e tomei a decisão de “rasgar o cartão”.
Esclareço desde já que, se a minha escola tivesse sido seleccionada para a realização da tal prova, hoje, teria feito greve, o que não acontece há já muitos anos pois, sinceramente, não me ia sentir nada bem no papel de vigilante de pessoas que são meus colegas.
Para isso, não contem comigo!
Daqui a pouco vou, finalmente, montar o Presépio!
Por isso, dei uma vista de olhos, mais demorada, pela caixa de correio electrónico e atentei num email que me foi enviado, mais concretamente num determinado parágrafo! Mas antes, uma breve contextualização da ideia a desenvolver.
Como sabem, realizou-se, hoje, a prova de acesso à profissão docente para todos os que se encontram em situação de contratados, independentemente do número de anos de serviço que possuam. É uma falácia quando o ministro afirma que estão dispensados os professores com cinco ou mais anos, uma vez que se o espírito fosse esse, tal directiva tinha efeito imediato e não obrigava a que fossem os candidatos a ter de pedir a isenção da realização da prova, como aliás aconteceu.
Há relativamente pouco tempo, anulei a minha sindicalização daquele que foi o meu sindicato desde o primeiro ano de aulas. Fi-lo por um conjunto de razões díspares, mas também porque me comecei a não rever em determinadas tomadas de posição e/ou intervenções dos seus representantes. Continuo, no entanto, a considerar que é a estrutura sindical que mais defende os interesses da classe profissional a que pertenço. Esclarecido este ponto, entro directamente no assunto.
A propósito da greve ao serviço de vigilância à prova de acesso à profissão, de modo a impedir a realização da mesma - se o ministério considera ser aquele o género de prova que testa a capacidade dos candidatos a professores, enfim… -, uma vez que não concorda com ela, o meu ex sindicato emitiu uma nota à comunicação social dando conta do balanço do dia.
No parágrafo em causa, pode ler-se: De registar, negativamente, apesar de em baixo número, os docentes que abdicaram de afirmar a sua solidariedade para com os seus colegas sujeitos à prova e de defender a dignidade da sua profissão. Ao fazê-lo, poderão ter prestado um bom serviço ao governo e um mau serviço a toda uma classe, pondo-se, declaradamente, ao lado de Nuno Crato contra os seus colegas e contra si próprios. E foram estas palavras que me impulsionaram para a escrita deste texto, uma vez não concordar com a tomada de posição de quem as escreveu e critico-as.
Para tal, eis os meus argumentos: cada qual é livre de ter a sua opinião e de agir de acordo com ela; o facto de alguns professores não terem aderido à greve, não significa que estejam de acordo com a prova; os motivos de cada um não têm de ser questionados, já que vivemos numa sociedade democrática, que pugna pela liberdade de pensamento e de posicionamento; o sindicato deve preocupar-se em defender os interesses dos seus associados, fazendo sindicalismo e não imiscuir-se nos meandros da política, como se fosse um partido da oposição; esquece-se que os que não aderiram também são professores e não é, de todo, da sua competência ajudar a dividir o que já não tem muita união; ao escrever aquelas palavras passa para a opinião pública uma má imagem, não ajudando, em nada, a classe!
Por esta situação e por outras similares é que me afastei, demarquei e tomei a decisão de “rasgar o cartão”.
Esclareço desde já que, se a minha escola tivesse sido seleccionada para a realização da tal prova, hoje, teria feito greve, o que não acontece há já muitos anos pois, sinceramente, não me ia sentir nada bem no papel de vigilante de pessoas que são meus colegas.
Para isso, não contem comigo!