Hoje, a minha
faneca (termo utilizado pelo pai que encerrava em si todo o carinho e amor que por
ela sentia) participa, com o restante grupo da Secção de Patinagem Artística da
Associação Académica de Coimbra, numa apresentação em três localidades
diferentes, da Região Centro.
A crise que se
vive por todo o país, há muito que chegou a esta Associação Académica. No campo do desporto, as várias modalidades amadoras só sobrevivem graças ao empenho e boa vontade dos pais e encarregados de educação. São eles que suportam todos os encargos, entenda-se despesas, sem qualquer ajuda por parte do clube em que os filhos/educandos estão filiados, quando participam nas variadas provas em que defendem o nome da instituição desportiva a que pertencem.
A participação em cada apresentação implica muitas despesas: deslocação, por vezes a grandes distâncias, inscrição nas provas, alimentação, fato, adereços. Acreditem que não sai barato.
Ora, se os miúdos vão em representação do clube não seria natural esse mesmo clube contribuir, mesmo que simbolicamente, de algum modo?
Tudo se esquece e faz valer a pena quando iniciam as provas, patinando pelo recinto, numa leveza e numa beleza que enchem de orgulho qualquer pai.
Quando as vejo deslizar sobre os patins, recriando, em cada movimento, interpretações muito próprias, recordo-me sempre dos cisnes e dos pavões com a dança das suas plumagens, num bailado perfeito de cores, formas e movimentos exuberantes.
(E agora tenho de me retirar, pois vou vê-las actuar daqui a pouco).