Quando penso na
Humanidade, quero muito acreditar que a essência primordial que a define é uma
condição intrínseca de paz e de entendimento, constituindo-se as guerras e os
conflitos como a excepção que ciclicamente confirma a regra.
No entanto, se nos
lembramos de todas as contendas, discórdias, lutas que marcaram e continuam a
marcar a História do Homem, a dúvida instala-se dando lugar a questões como “Qual
será a essência da Humanidade? Uma apetência inata para a guerra ou um estado natural
de paz? Qual o traço matricial das relações sociais? O conflito latente,
sempre pronto a manifestar-se por entre um ilusório e aparente entendimento ou o
oposto? Como interpretar à luz destas duas visões opostas ou em que campo incluir
episódios marcantes da nossa História como as Guerras Santas; a subjugação e a
tentativa de extermínio de um povo sobre outro; o Holocausto; mais recentemente
a guerra na Ucrânia e o assassinato de civis inocentes; os conflitos permanentes
entre Israel e a Palestina, as ditaduras castradoras dos direitos fundamentais
do ser humano, entre tantos e tantos outros diferendos que parecem realçar o
monstro que se acoita na nossa espécie e faz-nos esquecer que também albergamos
um lado positivo? Somos uma espécie eminentemente pacífica com momentos de forte entropia na sua evolução política e social ou, pelo contrário, somos de uma belicosidade natural mascarada pela cultura?