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domingo, 24 de agosto de 2014

A eterna bela e romântica Sintra


Regressar aos locais da minha infância e juventude, passear por lugares outrora já percorridos é reviver momentos, instantes, recordar episódios, pessoas, histórias.
As mudanças operadas com a passagem do tempo apenas são notórias nos espaços que rodeiam o núcleo arquitectónico e paisagístico da parte antiga da vila de Sintra. Aqui, a mesma ruela íngreme e estreita a esgueirar-se pela encosta acima, rumo ao castelo altaneiro que se mantém vigilante depois de tantos séculos passados; ali, no sopé da serra, uma construção palaciana, avistada, no horizonte, através das suas altíssimas chaminés, um postal ilustrado ao natural para quem chega, repleto de cores, animação e muito movimento.
Debruçado sobre a vila, o verde exuberante e luxuriante, legado intemporal D. Fernando de Saxe-Coburgo-Gota, II de Portugal, marido de D. Maria II, o rei que se apaixonou por Sintra e decidiu erigir um espaço natural, todo ele idealizado de acordo com o romantismo da época, onde, ainda hoje perduram as suas fontes e caminhos, jardins e quintas de majestosos solares, espécies vegetais de várias partes do mundo, conferindo ao local um misticismo único e genuíno, em comunhão com a Natureza, as mesmas dos Maias e do Mistério da Estrada de Sintra, de Eça e de Ramalho e de Lord Byron, a perpetuarem-se no tempo, testemunhos de outras histórias, de outras vivências, de outras gerações, gente que como eu guardou memórias afectivas ligadas àquele espaço deslumbrante. Enamorar-se de Sintra é imediato.
Esta vila, aninhada entre o sopé e as encostas da serra, é sem dúvida um dos locais mais belos e magníficos do nosso país e por isso encruzilhada das mais diversas nacionalidades, sempre repleto de turistas.
Um sítio a conhecer, uma visita obrigatória para quem prima pelo bom gosto e pelo requinte.