Não sei se a
visão triste e desoladora daquela fotografia, tão fortemente e bem apelidada por
alguém de “Naufrágio da Humanidade”, provocou em quem a viu a mesma reacção que
a mim.
Aquele corpo
inerte, sem vida, despojado, cedo de mais, da esperança e do sonho, fez-me perceber,
de vez, o quanto afortunada eu sou: porque nasci e vivo numa zona do planeta
livre de guerras, de sangrias, de destruição, de escassez e posso, desafrontadamente,
exprimir o meu sentir, as minhas convicções, sem ser importunada ou sofrer
retaliações por o fazer e, se estes não bastassem, tantos outros factores poderia
aqui enumerar que me tornam, sem dúvida, uma privilegiada da vida.
Mas há quem não
o seja, há quem se encontre nas antípodas da vida que eu vivo, seres humanos
que também têm o direito a serem felizes sem lhes ser negado o direito
a uma pátria para viver, livre do despotismo arbitrário de uns tantos, cuja
legalidade do poder que exercem assenta na frieza maléfica das armas e na dominação
pelo medo. Eles é que são a
minoria, estão errados e não têm lugar entre os brandos de espírito, que apenas
buscam um lugar onde possam existir e acreditar num amanhã onde o medo, musicado
pelo ressoar de onomatopeias bélicas, se transforme em acordes harmoniosos de
sonho e riso.
É imperioso que
todos nós, cidadãos do mundo, saíamos da zona de conforto em que nos encontramos
e lhes demos a mão, apoiemos e partilhemos a abundância em que
vivemos.
O amor é a força
maior do ser humano e tem tantas faces e formas de se manifestar!