Caíra na rotina dos dias. Perdera a noção temporal do ontem,
do hoje e do amanhã. Passava pela vida distraidamente em momentos segmentados que
lhe sufocavam o querer e dilaceravam a vontade. Algures, no seu passado, perdera
o brilho do olhar e aquela vontade de conceber o acontecer.
Onde ficara a paixão e aquela ânsia de ser e de fazer? Talvez
num recôndito de si, onde não conseguia aceder.
Enredara-se nas silvas espinhosas da vida. Viva, morrera!
(Desafio 133,
das 77 palavras)