A morte acabara de os separar.
Um tornado que viera e arrasara tudo à sua passagem: meio
século de cumplicidade, de sonhos partilhados, de um projeto de vida construído
com esforço e dedicação.
Ficara.
Sozinha, perdida nas memórias do que foram, resgatava o
passado, adormentava o frio do presente.
O jardim da sua existência, explosão de aromas
adocicados, de cores estonteantes, outrora cuidado com mãos de ternura e
adubado com sementes de amor, secava, morria aos poucos!