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sábado, 13 de fevereiro de 2010

Verdade de La Palisse

Um fim-de-semana que começa e, com ele, uma interrupção breve, com cheirinho a férias, e sabor a descanso, óptima para retemperar forças e concluir projectos em aberto.
Sem preocupações com o “timing”, recostei-me no sofá e presenteei-me com um momento de nada fazer, numa dádiva completa ao prazer de saborear aquele fragmento de tempo.
Um cheirinho a comida apetitosa fluía pelo ar e despertava-me os sentidos, enquanto assistia ao decorrer das notícias, um pouco distraída.
À inactividade do corpo, contrapunha-se a actividade da mente, num turbilhão de pensamentos e reflexões, entre o que ouvia e o que relembrava.
De repente, uma frase destaca-se no meio de tantas outras. A atenção direcciona-se para o ecrã. As imagens remetiam-se ao ano de 2004, e transmitiam uma intervenção de José Sócrates, ainda na oposição, em que o mesmo pedia explicações ao governo, presidido na altura por Santana Lopes, sobre o afastamento de Marcelo Rebelo de Sousa, como comentador político, da TVI, insinuando que teria havido pressões por parte do poder político. E acrescentava “ O governo que não é capaz de aceitar a livre crítica, não é um governo democrático. “
Sorri! E recordei, lembrei-me dos contraditórios de Mário Crespo, do afastamento de Manuela Moura Guedes e da saída de José Eduardo Moniz da TVI, do caso do jornal Sol e da quase impossibilidade de ser publicado, devido a uma providência cautelar.
E conclui que o Engenheiro José Sócrates nunca falou tão verdade quando, em 2004, dissera que “O governo que não é capaz de aceitar a livre crítica, não é um governo democrático."