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domingo, 21 de março de 2010

A poesia primaveril

Domingo, 21 de Março, início oficial da Primavera, dia mundial da poesia.
O dia despontou tímido, envergonhado pela chuva que caíra na véspera.
O Sol, zangado com as nuvens, de humor acinzentado e choro constante, espreguiçou os seus raios longos e quentes, cansado de tanta preguiça!
Afinal ele era o astro rei! Não podia deixar de comparecer nas boas vindas à Primavera.
Ainda tonto, do longo sono em que se afundara, esfregou os olhos, encandeando-se pelas cores alegres de um arco-íris, que se arqueava por entre algumas nuvens mais teimosas. Espreitou, lá do alto, e alegrou-se com a vida que viu despontar a seus pés.
Sorriu, num sorriso aberto, e, sorrindo, iluminou, com reflexos dourados, as paisagens que o reverenciaram pelo brilho intenso que derramara.
Em baixo, podia sentir o rebuliço da vida que germinava nos campos matizados de cores, ainda, suaves.
Em algum lugar, perdido no anonimato do ser, um poeta, aquecido pelo calor do Sol descoberto, desvendou os segredos da alma, derramando, no papel, as emoções sentidas, na urgência das palavras não ditas.
Aceitando o presente do Sol, a Primavera, musa graciosa, inspiradora do poeta, envolveu-o no calor dos seus braços, florescendo-o de emoções, em essências de sentidos inebriados.
Nos limites da resistência, o poeta entregou-se, por fim, aos encantos da musa inspiradora, celebrando a sua chegada, com jorros de poesia, lançando-a nas asas do vento cálido, deste primeiro dia de Primavera.
E a poesia fez-se,na comemoração do seu dia!