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quinta-feira, 10 de junho de 2010

Passeando pela História

O feriado que hoje se comemora teve a sua génese no tempo da República.
Ainda mal a revolução acontecera e a recente República fazia sair um decreto-lei, de 12 de Junho de 1910, que estipulava os feriados nacionais. Neste decreto, para além de se abolir a maior parte dos feriados de cariz religioso, laicizar a Sociedade era um objectivo primordial, permitiu-se que os municípios e os concelhos pudessem escolher um dia que representasse as suas festas tradicionais e municipais.
É neste contexto, que surge o feriado de 10 de Junho, como um feriado estritamente municipal, uma vez que resultou da escolha da cidade de Lisboa.
Mais tarde, já em pleno Estado Novo, a sua comemoração alarga-se a todo o país, tornando-o um feriado nacional, “O Dia de Camões”, também apelidado da “Raça”.
O simbolismo, representado pela figura camoniana, enaltecia os ideais nacionalistas e imperalistas e contribuía para a comemoração colectiva histórica, como modo de propagandear o regime.
Com a revolução do 25 de Abril de 1974, manteve-se o feriado, alterou-se a ideologia que o sustentava. A partir de então, passou a denominar-se Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades.
Imune às conturbações dos homens que passaram pela História e fizeram a História, e independentemente das ideologias de poder, Luís de Camões permanecerá como um símbolo de um país que se quer letrado, reflexivo, activo, participativo e íntegro!