Cada ser humano, no tempo que lhe é concedido para o crescimento integral como pessoa, desempenha um papel no seu filme de vida, diferente de todos os outros filmes existentes e que não são mais do que curtas ou longas metragens de histórias individuais de vida. Por vezes quer actores quer figurantes acabam por participar em diferentes filmes ao mesmo tempo, alternando de papeis e contribuindo para o sucesso da história com graus de importância diferentes.
Estudar o papel que nos é atribuído, encarnar a personagem que nos foi destinada implica uma constante observação, atenção e muito conhecimento de si próprio. E são todas estas exigências que contribuem para o contínuo crescimento do ser humano. O crescimento interior que o acompanha até ao partir da fita, completamente distinto do físico. Um crescimento onde as constatações visíveis que o testemunham não existem, pelo menos no momento imediato.
O crescimento de que vos falo é aquele que leva o ser humano a percepcionar o mundo que o rodeia com um outro olhar, que o faz perspectivar as múltiplas vivências por que passa de uma outra maneira. É um crescimento que matura o espírito e advém sempre que o Homem for capaz de interpretar, " à la lettre", as legendas do filme da vida.
Às vezes não é fácil: confunde-se o sentido, baralha-se a ideia, erra-se a tradução. Outras vezes nem sequer se conseguem ler as legendas de tão rápido que passam e ficam apenas vagas ideias das imagens observadas. Mas o maior problema é quando, no decorrer desse filme e sem se esperar, o realizador resolve proceder a alterações no enredo, mudar as personagens, modificar os diálogos: a confusão total!
Nesta situação como fazer? O que fazer? Quando fazer?
Não existem respostas definidas e prontas a servir. Cada ser humano deverá descobrir, em si próprio, as respostas adequadas ao seu filme.
Dúvidas? Medos? Indecisões?
Inevitável! Indispensável para quebrar a monotonia monocórdica do enredo.
E uma certeza (pelo menos uma): independentemente do desempenho dos actores, o filme prossegue, a bobine continua o seu movimento rotativo enquanto a fita vai projectando, no ecrã, cada uma das imagens em si aprisionadas.
E haverá alguém que não aspire, como corolário da sua carreira na sétima arte da vida, à estatueta dourada?
And the winner is...
Cada um de nós!