Quando a noite acorda de mansinho e desperta para o seu dia, o silêncio acolhe-a nos braços e acompanha-a na quietude das horas que passam.
A noite, discreta e misteriosa, percorre distâncias em busca de companhia, de um som, de um movimento que seja, que quebre a sensação de vazio que o eco calado do seu silêncio lhe provoca.
Num rodopio, por entre ruas e casas, encontra-me perdida no silêncio que tanto a sufoca.
Recebo-a no sossego de si própria, envolvo-a na quietude do silêncio companheiro.
Na calma da madrugada, eu, a noite e o silêncio tornamo-nos amigos inseparáveis, cúmplices na mansidão preguiçosa do tempo ensonado.