A povoação, onde a minha escola se enraizou, é um lugarejo simples e antigo. A presença de uma casa quinhentista será porventura o testemunho mais envelhecido da história da localidade.
Nascida dum núcleo central, congregado em redor da capela altaneira, expandiu-se para oeste e formou a denominada parte nova do lugar que se desenvolveu com a chegada do caminho-de-ferro. O antigo e o novo coexistem, tranquilamente, numa mistura de paisagem rural e urbana.
Ritualmente, gosto de me perder no tempo e percorrer aquele espaço a lembrar os antigos caminhos da aldeia, cheirando a terra e a lavoura, engalanados pelas cores atrevidas das árvores, das flores e das plantas que os ladeiam.
Uma vez por semana, rendo-me ao sossego balsâmico que brota naturalmente daquele sítio tornado meu e busco, no despertar das sensações, a força apaziguadora que me toma e me conquista.