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quinta-feira, 27 de março de 2014

Poetar


Hoje apeteceu-me escrever ao acaso: ideias soltas, despegadas entre si, sem guião nem ponto.
O “meu” borda-d’água do Face acertou nas previsões meteorológicas que tecera e, se não se equivocar, Abril trará águas mil, possíveis trovoadas para as regiões do interior e o regresso do Inverno (com algumas abertas enganadoras pelo meio).
Enquanto isso, as minhas borda-d’água, cá de casa, não só confirmam estas previsões como as prolongam por um período mais alargado. Até ao momento, nunca se enganaram!
De pensamento em pensamento, tentei imaginar um país em que os homens, desde os mais novos aos mais velhos, têm todos a mesma aparência no corte de cabelo (por acaso, denotando muito mau gosto), só porque alguém, detentor do poder e com sinais de demência, assim o decreta. Não o consegui, porque as imagens esbarravam na ridicularização do ridículo!
Não costumo comemorar os dias internacionais ou mundiais, mas, hoje, abri uma excepção: homenageei o chocolate, comendo-o (comer o homenageado não é nada ético, antes bastante irónico…!).
Ainda a deambular pelo meio dos pensamentos, saltei até Aristófanes com a sua Lisístrata, quando li a notícia sobre a campanha iniciada por um grupo indeterminado de mulheres ucranianas, como forma de chamar a atenção para a acção dos russos na Crimeia sob o lema “Não a dês a um russo”. A inteligibilidade das mulheres na escrita de um homem!
De rompante, um pensamento mais afoito sobrepôs-se, atropelou-me as ideias ainda por formar e pensei no meu irmão, na sua paixão pela fotografia e na forma poética como consegue captar a realidade.
Se "fotografar é poetar com o olhar" (ele poeta tão bem!) e escrever é poetar com a alma, então, hoje, eu compus um texto poema, fruto de palavras amadurecidas, adocicadas pelos sentidos, orvalhadas pela inspiração.