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domingo, 30 de março de 2014

Os céus da minha cidade

 
Coimbra
fotografias de José Manuel Botelho Aguiar Câmara


Hoje está um tempo óptimo para quem necessita de se enclausurar e passar a tarde a trabalhar, enfiada entre papéis da mais variadíssima espécie, lendo e sorrindo com algumas asneiras bem mirabolantes e muito hilariantes de bradar aos céus, mas que amenizam a seriedade e a obrigatoriedade da tarefa.
Contrastando com o enublado de um céu repleto de nuvens cinzentas, muito carregadas, cujo estado de saturação atingiu o seu ponto crítico e se desfizeram em grossas gotas de água, inspiro-me na beleza de poéticos finais de tarde, avistados de um determinado ponto da cidade, magistralmente captados pelo olhar e pela lente de quem apreende as variações de luz e cor com que a Natureza se reveste, dia após dia, no céu da minha cidade.
Transcrevendo os comentários do autor que acompanham as fotografias na sua página do Facebook “a linha do horizonte é de tal modo dinâmica, que muda de hora para hora, assumindo composições plásticas e cromáticas únicas, devido à deslocação das nuvens e à variação da luz.
É um tema de criatividade infinita, ilustrado através de um pincel que está nos dedos da própria natureza.”
Um espectáculo, genuíno e maravilhoso, imortalizado através de imagens exclusivas e inéditas!  




 



 

 
 










 

sábado, 29 de março de 2014

A não existência de políticas demográficas ou a infalível arte de hipotecar o futuro


Em diferentes momentos, já aqui reflecti sobre a problemática da não existência de políticas demográficas em Portugal, uma vez considerar o assunto de capital importância, se pensarmos em termos de futuro e de sustentabilidade do nosso país.
Os sucessivos governantes, apesar das mensagens veiculadas pelas estatísticas nos mostrarem o precipício para o qual caminhamos, a passos largos, parecem autistas, ignorando as dramáticas consequências para a sociedade, num futuro muito próximo.
Se quem de direito não entende que já ontem era tarde demais para a implementação de um conjunto de medidas sérias, válidas, cujos resultados só a médio e longo prazo se farão sentir, de modo a inverter o desenho demográfico da nossa população, então são uns governantes sem visão, inábeis em projectar o futuro; ou, dito por outras palavras, estamos, completamente, nas mãos de seres incapaz de tomarem decisões e de se aperceberem dos contornos do que é realmente importante, moribundos da política e arrastando-nos para um estado de morte social.
Os números continuam a demonstrar as catastróficas consequências que, daqui a alguns anos, iremos sofrer, se nada for feito.
Em 2060, a população absoluta portuguesa rondará os oito milhões de habitantes, contra os cerca de dez milhões do presente. O retrocesso é tão grande que equiparamos o número de habitantes existente durante a Idade Média. É alarmante!
Em cada ano que passa, vamos, em termos absolutos, minguando, vamos envelhecendo, com um prolongamento da esperança média de vida, vamo-nos tornando um país, literalmente, composto de velhos. A luz vermelha do alarme demográfico há muito que soa, mas ninguém se preocupa, ninguém faz nada para alterar esta realidade.
Este problema, só com muita sorte (ou azar) me afectará, uma vez que, em 2060, mesmo com a esperança média de vida, nas mulheres,  a aumentar para os 92 anos, terei 100 e, a não ser que o Senhor me conceda um bónus, não chegarei lá. Contudo, os meus filhos, os meus netos e os vindouros deparar-se-ão com esta triste e preocupante constatação.
Acordem! Ajam, enquanto é tempo!











 

quinta-feira, 27 de março de 2014

Poetar


Hoje apeteceu-me escrever ao acaso: ideias soltas, despegadas entre si, sem guião nem ponto.
O “meu” borda-d’água do Face acertou nas previsões meteorológicas que tecera e, se não se equivocar, Abril trará águas mil, possíveis trovoadas para as regiões do interior e o regresso do Inverno (com algumas abertas enganadoras pelo meio).
Enquanto isso, as minhas borda-d’água, cá de casa, não só confirmam estas previsões como as prolongam por um período mais alargado. Até ao momento, nunca se enganaram!
De pensamento em pensamento, tentei imaginar um país em que os homens, desde os mais novos aos mais velhos, têm todos a mesma aparência no corte de cabelo (por acaso, denotando muito mau gosto), só porque alguém, detentor do poder e com sinais de demência, assim o decreta. Não o consegui, porque as imagens esbarravam na ridicularização do ridículo!
Não costumo comemorar os dias internacionais ou mundiais, mas, hoje, abri uma excepção: homenageei o chocolate, comendo-o (comer o homenageado não é nada ético, antes bastante irónico…!).
Ainda a deambular pelo meio dos pensamentos, saltei até Aristófanes com a sua Lisístrata, quando li a notícia sobre a campanha iniciada por um grupo indeterminado de mulheres ucranianas, como forma de chamar a atenção para a acção dos russos na Crimeia sob o lema “Não a dês a um russo”. A inteligibilidade das mulheres na escrita de um homem!
De rompante, um pensamento mais afoito sobrepôs-se, atropelou-me as ideias ainda por formar e pensei no meu irmão, na sua paixão pela fotografia e na forma poética como consegue captar a realidade.
Se "fotografar é poetar com o olhar" (ele poeta tão bem!) e escrever é poetar com a alma, então, hoje, eu compus um texto poema, fruto de palavras amadurecidas, adocicadas pelos sentidos, orvalhadas pela inspiração.








 

 

segunda-feira, 24 de março de 2014

quinta-feira, 20 de março de 2014

Os passos de Passos ou o paradigma dos passos de um político da oposição ao poder




Existem momentos em que as palavras escritas se tornam desnecessárias já que as imagens dizem tudo!
O conteúdo do post de hoje é um exemplo paradigmático desta premissa.
Nas eleições legislativas de 2015, se o voto popular pender para o maior partido da oposição, a história repetir-se-á: um vídeo semelhante, mudando apenas o protagonista!
Como pode o cidadão comum ainda acreditar nos políticos?












quarta-feira, 19 de março de 2014

Essência


O dia de hoje faz-me recordar, essencialmente, o meu pai, mas também momentos que, de um modo ou outro, me ligam a ele.
Foi a 19 de Março que eu passei no meu exame de condução, oferecida (a carta) pelo meu pai e por isso, nesse ano, a melhor prenda, para celebrar o dia que era dele.
Desde então, já decorreu algum tempo, com muitas voltas e reviravoltas da vida: mudanças, ausências, partidas, chegadas, saudade e a lembrança a perdurar.
A nitidez das memórias (física e psicológica) é intensa, como se o tempo não tivesse passado, como se a palavra ausência fosse apenas um conteúdo gramatical e não um antónimo de presença ou um sinónimo de saudade!
Neste Dia do Pai, de um modo muito singelo, mas verdadeiro – tal como tu, pai – uma prenda tecida com as mais puras e autênticas palavras que brotam da essência de ti em mim!












sábado, 15 de março de 2014

Do outro lado


Existir implicará, sempre, viver momentos de alegria, mas também de tristeza.
Os de alegria são como uma fonte de água incrustada na imensidão do deserto que sacia e retempera a esperança, tão necessária para enfrentar os momentos de tristeza.
O desgosto, a infelicidade, a dor, associados à perda, dificilmente, se conseguem ultrapassar e jamais esquecê-la.
É comum dizer-se que o tempo é um bom aliado. Contudo, há situações em que ele apenas anestesia o sofrimento, porque a saudade é tão forte, tão intensa que o domina por inteiro, impedindo-o de desaparecer. É uma ferida sempre aberta.
Quando essa perda contraria as leis naturais, então, a vontade de existir parece abandonar quem permanece.
Não deve haver maior dor do que a da perda de um ser que gerámos, moldámos, amparámos, demos asas para voar e, por fim, libertámos para a vida.
Hoje, por breves instantes, tão breves como o eco de um som perdido, na saudação de um cruzar, de novo, a presença imperativa da dor, espelhada em palavras – poucas – nuns ombros caídos, no olhar brilhante de um marejar que se susteve!
Em momentos destes, apesar de o Sol continuar a brilhar, o sabor do fim-de-semana manter-se e o pertencer fisicamente ao universo ser muito bom, o curso do dia ficará marcado pela reflexão e pela seriedade do sentir.





 

 

 

sexta-feira, 14 de março de 2014

Porque hoje é sexta


Sexta-feira, início de fim-de-semana, muito sol, bom tempo, quadro mais do que perfeito para todas as possibilidades...!
Apetece gritar: Obrigada, Universo!









quarta-feira, 12 de março de 2014

Borda-de-Água


Para além do aspecto lúdico ou puro lazer, as redes sociais também permitem a partilha de conhecimentos, contribuindo assim para um enriquecimento pessoal já que a cultura não ocupa lugar e nunca é tarde para se aprender.
Ora, sabeis que este nosso mês de Março faz jus ao ditado popular que afirma “ Março pardo, antes enxuto que molhado”?
Pois é! Este ano, a tradição ainda é o que era já que a chuva se foi e o estado de tempo manter-se-á bom entre as próximas duas fases lunares: Lua Cheia e Quarto Minguante.
Em termos agrometeorológicos, o período não podia ser melhor, uma vez que as terras e as plantas, depois de bem regadas, irão adorar todo este Sol pela frente (nós também!).
Já o vento soprará de três quadrantes diferentes: primeiro de Leste, depois de Norte e, quem sabe, no fim, de Sudeste, confirmando, mais uma vez, a sabedoria ancestral expressa no dito popular bem conhecido dos agricultores e marinheiros “Dia de Março, dia de três ventos”.
Resumindo: as próximas semanas trarão bons estados de tempo; nevoeiro mais para a frente e oscilações de temperatura. Depois, lá para o fim, na transição do mês, talvez surja a visita “inesperada” da chuva.
Aguardo para ver se este Borda-de-Água do Face é tão bom como o do papel!








 

segunda-feira, 10 de março de 2014

Pertinência


Enquanto estou aqui, sossegadinha e bem tranquila, preparando as atividades da semana, ouço a minha música, evado-me, momentaneamente, do trabalho e deixo-me contagiar pelo bem-estar deste tempo magnífico, apetecível e que só pode fazer bem.
Em dias assim, apetece enfiar a razão num saco bem apertado e jogá-la às águas profundas do rio! Deixá-la ir na corrente! Não ouvi-la, não senti-la, muito menos anui-la.
Devo (ou não), quero e posso!
Por que não partes, por que não voas para outras paragens, por que teimas em permanecer aqui, grilo falante?
Por vezes, como seria tão mais fácil, tão mais agradável e desejável não ter consciência, ou esquecê-la!
Mas porquê?

 

 

 

sexta-feira, 7 de março de 2014

Reencontro


O fim-de-semana promete ser muito luminoso e aprazível: o astro rei, finalmente, parece que se impôs com toda a sua pujança e veio para ficar.
Ao longo deste Inverno bastante agreste e chuvoso, sempre que ia à garagem, olhava para a minha bicicleta, ali parada, há já tanto tempo e dava-me uma saudade de voar nela, de voltar a vivenciar o sabor da liberdade no vento a bater na cara, nos cabelos a esvoaçarem e sentir-me leve, solta, a planar como se fosse uma nuvem ou um papagaio de papel. 
Amanhã, vou reviver o prazer de uma boa pedalada, num passeio ameno pelos sítios da minha cidade, apreciar o verde da paisagem, a tranquilidade dos recantos, o sossego de uma tarde a piscar o olho ao Verão!
Vai ser muito agradável desbravar e saborear as cores alegres do tempo, num sábado que se abre ao descanso!










segunda-feira, 3 de março de 2014

Uma questão de visão


A instabilidade política e social vivida na Ucrânia e a hipótese, cada vez mais viável, do conflito desembocar numa guerra entre este país e a Rússia, despertou-me a curiosidade e levou-me a pesquisar sobre a história desta nação que outrora pertenceu à União das Repúblicas Socialistas e Soviéticas.
Que percurso histórico mais mirabolante e conturbado, sem dúvida consequência das riquezas naturais que sempre possuiu, aliadas a uma estratégica localização geográfica de parte do seu espaço, sobranceiro ao Mar Negro.
Não sei quais serão os desenvolvimentos políticos para a região, mas tenho a certeza que a Rússia não desistirá do controle da zona da Crimeia e fará de tudo para o manter: com ou sem guerra, permanecendo ou sendo expulsa do G8!
Posso até estar a ter uma visão demasiado simplista, redutora, umbilical do problema, mas continuo a pensar que são momentos como este que, por comparação, me fazem minimizar a crise, esquecer os números deficitários do nosso PIB, desvalorizar o crescimento natural negativo e abençoar este pequeno rectângulo do sudoeste da Europa, esquecido ou nem sequer sabido para a quase totalidade do mundo.
Afinal, os únicos que alguma vez nos quiseram foram os nossos irmãos ibéricos quando tentaram imitar, politicamente, a unicidade sabiamente tecida pelos desígnios da Natureza.
Erros da História. Só não sei se no desejo da independência, se na vontade da união!