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domingo, 22 de agosto de 2010

Frutificação

Desde a publicação do meu último post que já decorreu quase uma semana.
Uma semana de olhar insistentemente para tantas "Amoras"! Não é que não as ache deliciosas, principalmente se se converterem em doce, mas confesso que o excesso daquele fruto silvestre já me enjoa.
Quase uma semana, cerca de sete dias sucessivos de pausas, silêncios, de vazios de pensamento!
Umas férias da e na inspiração!
Tal como na vida, também na escrita ocorrem momentos de recolhimento, de pausa, de descanso necessários. São momentos excelentes para "podar" as ideias. E com o tempo a imaginação e a inspiração frutificarão!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

As Amoras

O meu país sabe a amoras bravas
no verão.
Ninguém ignora que não é grande,
nem inteligente, nem elegante o meu país,
mas tem esta voz doce
de quem acorda cedo para cantar nas silvas.
Raramente falei do meu país, talvez
nem goste dele, mas quando um amigo
me traz amoras bravas
os seus muros parecem-me brancos,
reparo que também no meu país o céu é azul.


Eugénio de Andrade ("O Outro Nome da Terra")

domingo, 15 de agosto de 2010

Ritual Cíclico ou Mais do Mesmo

Num ritual de carácter cíclico iniciou-se hoje mais uma época de futebol, Liga Zon Sagres 2010 / 2011.
Entre outras oito equipas, estreou-se a do meu Sporting que se deslocou a Paços de Ferreira para aí disputar o 1º jogo do calendário, infelizmente perdido.
Equipa “nova”, treinador novo, os mesmos dirigentes e acima de tudo a massa associativa e os adeptos, gente anónima que vibra com o verde da esperança, que nos distingue, e depositam nela a expectativa de um melhor desempenho e resultados favoráveis para a equipa que elegeram, no coração e na alma, como a sua!
Neste início de temporada, o desejo que o campeonato seja pautado por uma ética e uma conduta desportivas baseadas no respeito e fair play entre todos os intervenientes.
Que vença o melhor e que esse melhor se projecte em tons de verde!

sábado, 14 de agosto de 2010

Continuação...

Numa das minhas inúmeras navegações pela Net aportei num lugar aprazível, um arquipélago de informação, constituído por inúmeras ilhotas do saber.
Numa dessas ilhas deparei-me com uma proposta de desafio que me pareceu bastante aliciante sob várias perspectivas e decidi aceitá-la. Era um desafio relacionado com a escrita e a sua participação proporcionou-me agradáveis momentos de criação.
Apesar de à partida me ter mentalizado de que não iria alcançar o objectivo primordial, a tarefa que era proposta deu-me um imenso gozo interior realizá-la: foi como se, perante as desordenadas peças de um puzzle, me visse obrigada a dares-lhe forma, encaixando cada peça na sua correspondente de modo a produzir uma sequência, um esboço inacabado, pronto a ser retomado por mentes alheias. Mas o mais pitoresco deste puzzle é que a responsabilidade da construção e da escolha das peças a utilizar, de modo a moldarem-se umas nas outras, era exclusivamente minha. Bastaria ter encaixado as peças de um outro modo e o desenho final surgiria com outros contornos!
Gostei do desafio e porque sou uma pessoa persistente, decidi voltar a participar, pelo simples prazer que me proporciona o exercício da escrita aliado à imaginação.
Como diz o dito popular" Não há duas sem três."
Nunca se sabe!

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Outros filmes

Cada ser humano, no tempo que lhe é concedido para o crescimento integral como pessoa, desempenha um papel no seu filme de vida, diferente de todos os outros filmes existentes e que não são mais do que curtas ou longas metragens de histórias individuais de vida. Por vezes quer actores quer figurantes acabam por participar em diferentes filmes ao mesmo tempo, alternando de papeis e contribuindo para o sucesso da história com graus de importância diferentes.
Estudar o papel que nos é atribuído, encarnar a personagem que nos foi destinada implica uma constante observação, atenção e muito conhecimento de si próprio. E são todas estas exigências que contribuem para o contínuo crescimento do ser humano. O crescimento interior que o acompanha até ao partir da fita, completamente distinto do físico. Um crescimento onde as constatações visíveis que o testemunham não existem, pelo menos no momento imediato.
O crescimento de que vos falo é aquele que leva o ser humano a percepcionar o mundo que o rodeia com um outro olhar, que o faz perspectivar as múltiplas vivências por que passa de uma outra maneira. É um crescimento que matura o espírito e advém sempre que o Homem for capaz de interpretar, " à la lettre", as legendas do filme da vida.
Às vezes não é fácil: confunde-se o sentido, baralha-se a ideia, erra-se a tradução. Outras vezes nem sequer se conseguem ler as legendas de tão rápido que passam e ficam apenas vagas ideias das imagens observadas. Mas o maior problema é quando, no decorrer desse filme e sem se esperar, o realizador resolve proceder a alterações no enredo, mudar as personagens, modificar os diálogos: a confusão total!
Nesta situação como fazer? O que fazer? Quando fazer?
Não existem respostas definidas e prontas a servir. Cada ser humano deverá descobrir, em si próprio, as respostas adequadas ao seu filme.
Dúvidas? Medos? Indecisões?
Inevitável! Indispensável para quebrar a monotonia monocórdica do enredo.
E uma certeza (pelo menos uma): independentemente do desempenho dos actores, o filme prossegue, a bobine continua o seu movimento rotativo enquanto a fita vai projectando, no ecrã, cada uma das imagens em si aprisionadas.
E haverá alguém que não aspire, como corolário da sua carreira na sétima arte da vida, à estatueta dourada?
And the winner is...
 Cada um de nós!

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Os larápios roedores II

Da janela, observava a cena atentamente, apercebendo-me que a presença destes dois “larápios” roedores fizera com que o meu pensamento destrancasse a arca da memória e despertasse lembranças adormecidas que se soltaram em imagens amarelecidas pelos anos.
Parada na quietude da madrugada e debruçada no parapeito da janela do tempo, a viagem ao passado levou-me à minha secundária (na época liceu) e relembrei a cena da chegada ao moinho e as primeiras impressões, tão bem descritas por Alphonse Daudet, no primeiro capítulo do livro “Lettres de Mon Moulin”, leitura obrigatória na disciplina de Francês.
O escritor, referindo-se ao que encontrara no interior do seu moinho descreve o primeiro contacto entre ele e os seus amigos: « Ce sont les lapins qui ont été étonnés !... Depuis si longtemps qu'ils voyaient la porte du moulin fermée, les murs et la plate-forme envahis par les herbes, ils avaient fini par croire que la race des meuniers était éteinte, et, trouvant la place bonne, ils en avaient fait quelque chose comme un quartier général, un centre d'opérations stratégiques : le moulin de Jemmapes des lapins... La nuit de mon arrivée, il y en avait bien, sans mentir, une vingtaine assis en rond sur la plate-forme, en train de se chauffer les pattes à un rayon de lune... Le temps d'entrouvrir une lucarne, frrt !voilà le bivouac en déroute, et tous ces petits derrières blancs qui détalent, la queue en l'air, dans le fourré.
J'espère bien qu'ils reviendront. »
Embalada nas asas da recordação apercebi-me, com admiração, de como, durante tantos anos, retivera, num canto escondido da memória, a vaga lembrança deste episódio, lido há muito tempo atrás, mas que por um qualquer motivo não esquecera.
E tal como Alphonse Daudet o desejou há dois séculos atrás, também eu, nessa madrugada, desejei que eles aparecessem de novo!
Assustados pelo roncar de um carro, embrenharam-se no meio da vegetação.
Desapareceram!
Refrescada pela junção da brisa da madrugada com a da lembrança, deslizei por entre os lençóis.
Adormeci!

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Os larápios roedores I

Numa destas noites de intenso calor e temperaturas elevadíssimas, o sono sobressaltado, pelo desconforto sufocante do ambiente interior, levou-me a procurar, na janela completamente aberta, um pouco de "frescura" que amenizasse o ar abafado que se instalara.
Ao mesmo tempo que saboreava a brisa suave que fluía, olhava distraidamente para o escuro da paisagem, de mente vazia, apenas deixando que o corpo fosse invadido pela sensação de frescura .
De repente, o meu olhar foi desperto por um movimento rápido e ligeiro, quase imperceptível. Focalizando o local onde detectara a acção, descobri por entre as giestas, quase secas, o recorte de uma figura escura, pequena, mas muito ligeira nos avanços e recuos com que explorava o território. De orelhas sempre espetadas, vigiava, atento aos mínimos sinais que pudessem indiciar a existência de perigo, as movimentações em seu redor. Por entre a vegetação seca e amarelada, corria e parava, à procura de alimento e sempre de orelhitas espetadas, olhando para todos os lados. Sim, era um coelhito bravo, traquina que, numa cumplicidade com a madrugada, lutava pela sua sobrevivência, com o instinto sempre alerta.
Imóvel, sustive a respiração, receando que o mais pequeno ruído provocasse a fuga do solitário roedor (pensava eu).
 Eis que, de súbito, ainda mais célere que o “batedor”, surgiu uma segunda figura, mais pequena, mais nervosa nos movimentos, mas também de orelhas espetadas num vaivém instintivo de quem busca mantimentos. Afinal eram dois coelhos que, na calada da madrugada e encobertos pelo silêncio da noite, procuravam ervas frescas para se refrescarem do calor insuportável que assolara o dia.
(continua)

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Relatividade Cultural I

A Mesquita de Lisboa é uma construção imponente mesmo no coração de uma das zonas nobres de Lisboa, situada em frente à escola básica 2º e 3º Ciclos da Marquesa da Alorna, (que saudade!!!).
A parte exterior do edifício sobressai das construções circundantes pela estrutura arquitectónica que a compõe e pelos “arabescos”, inscrições bem visíveis no frontal da entrada, em árabe.
Transposto o limite que separa o sagrado do profano, o puro do impuro, o visitante depara-se com um ambiente calmo, silencioso, pleno de tranquilidade, características necessárias para quem encontra naquele espaço as condições ideais destinadas ao exercício espiritual, reencontro interior do ser com o Criador.
O ser-se “estrangeiro” em território “inimigo” não implicou a não-aceitação, pelo contrário, sugerida a hipótese de uma visita às várias dependências que compunham o edifício, esta foi, imediatamente, permitida com toda a simpatia e disponibilidade por parte de quem se encarregava, entre outras coisas, das relações públicas do local do culto.
Com uma postura simples, mas ao mesmo tempo assertiva, informaram-nos de que poderíamos entrar na sala destinada à práctica do culto  sob duas condições: 1ª, teríamos de nos descalçar, 2ª, porque pertencíamos ao sexo feminino, seríamos obrigadas a ocultar o cabelo.
Aceitámos as regras estipuladas e preparámo-nos. A visita ia começar.
(continua)

Relatividade Cultural II

De lenços na cabeça (passavam a vida a escorregar e era mais o tempo em que se via o cabelo do que o que estava tapado) e descalças pudemos, enfim,  transpor o acesso que nos conduziu ao local sagrado.
Lá dentro imperava o silêncio e a paz, a hora e o dia não eram de muita afluência. Deliciámo-nos com a decoração do interior, com a disposição dos símbolos religiosos no espaço. Uma sala enorme, alta, decorada com uma extensa tapeçaria que cobria todo o chão, no tecto,  um grande lustre e rodeando a sala rectangular, umas inscrições alusivas a excertos do Alcorão com a respectiva tradução em português.
Numa sala contígua, o local de purificação do corpo feito através de abluções que seguem um ritual tão antigo como o início do Islamismo. Aí dois jovens tratavam dos procedimentos necessários para poderem ser considerados dignos de se dirigirem em oração ao seu deus, Alá.
Como todas as mesquitas, o interior estava enfeitado com formas geométricas sendo total a ausência de formas humanas, nem de cenas representativas de episódios do livro sagrado, apenas e só arabescos e desenhos geométricos.
Já à saída fomos interpeladas por um muçulmano, idoso, que travou diálogo connosco, movido pela curiosidade do que nos levara ali.
Após uns bons minutos de amena conversa, numa troca de impressões sobre o Islamismo versus Cristianismo, o ancião, guardador do templo, ao saber da profissão que eu exercia, não conseguiu deixar de rematar o diálogo proferindo com ar sério:” para se ensinar o islamismo é preciso sabê-lo, caso contrário arrisca-se a dar uma informação errada".
Quando lhe respondi  que, em relação ao assunto, apenas se ensinavam os princípios básicos dessa religião, o semblante serenou e despediu-se tranquilo.
A visita a este espaço, por breves momentos, originou uma intersecção cultural e inseriu-se no que em Antropologia se chama a “relatividade cultural”.
Que ambas as partes a saibam aceitar e respeitar!

domingo, 8 de agosto de 2010

Impressões II

Sem dúvida que sair da "província" e descer, em passeio, até à capital sabe bem, faz bem, é necessário:  alarga -se o conhecimento, renova-se o saber,enriquece-se o espírito, renasce-se!
Mas, após uns dias de "banho cultural", a saudade da pacatez ronceira da terra, que se fez nossa, começa a invadir cada bocadinho do ser e a vontade em regressar torna-se uma necessidade.
A capital permite uma abertura de espírito, uma visão diferente, um manancial de experiências sem igual, mas a "província", por outro lado, oferece vivências quotidianas mais calmas, com tempo para o tempo, onde os rostos ainda têm nomes e os nomes concretizam-se em acções, sentimentos, emoções, afectos, características que, nas grandes cidades, já quase foram esquecidas, senão mesmo perdidas. 
São as belas sem senão do século XXI!
É bom regressar ao aconchego reconfortante da província!

sábado, 7 de agosto de 2010

Quinta da Regaleira


Termino esta série de publicações, subordinadas ao mesmo assunto, com a referência a um dos locais que mais me fascinou e impressionou na visita que fiz à Quinta da Regaleira: refiro-me ao extenso parque que rodeia os edifícios da quinta.
A área ajardinada apresenta-se repleta de lugares imbuídos de magia e mistério. O traçado do jardim foi concretizado de modo a simbolizar o cosmos. Aliás todo ele é uma simbologia constante: o poço iniciático, as grutas, os subterrâneos, os corredores, simbolizam um mundo inferior que qualquer ser teria de percorrer para poder ascender ao paraíso, o exterior.


A entrada nesse mundo subterrâneo é feita através do poço iniciático que não é mais que uma torre invertida que se afunda cerca de 27 metros no interior da terra, por uma escadaria em espiral, remetendo todo o conjunto para rituais e simbologia maçónicos, herméticos e alquímicos.
Sem dúvida a procura da harmonia na relação entre a Terra e o Céu.
Recomendo, como um dos locais a visitar, pelo fascínio que transmite, pela beleza contagiante, pela tranquilidade envolvente.
Vista do poço do interior para o exterior

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Perspectiva histórica

As primeiras referências ao local, que é hoje a Quinta da Regaleira, datam do século XVII. Entre os anos de 1697 e 1817, muda várias vezes de proprietário e passa a designar-se por Quinta da Torre.
Em 1840 a baronesa da Regaleira adquire o espaço, composto por palacete, capela e jardim, como refúgio estival. Desde então passa a ser denominada de Quinta da Torre da Regaleira.
Nos finais do século XIX é vendida em haste pública e rematada por António Augusto de Carvalho Monteiro que lhe junta outras parcelas de terreno, tomando a forma actual.
Entre 1895 e 1911, a quinta é alvo de várias intervenções com o intuito de reformular e embelezar os interiores e construir o parque envolvente, sob a tutela do arquitecto-cenógrafo italiano Luigi Manini.
Em 1946 é comprada por Waldemar Jara d’Orey e permanece na família até ser vendida à empresa japonesa Aoki Corporation em 1987.
Finalmente em 1997, a Câmara Municipal de Sintra adquire a propriedade que passa a ser gerida, um ano depois, pela Fundação Cultursintra com o intuito de recuperar o património.
Em 27 de Junho de 1998, a Quinta da Regaleira abre ao público quer em visitas guiadas quer em visitas livres e constitui "um dos mais surpreendentes e enigmáticos monumentos da Paisagem Cultural de Sintra, situado no elegante percurso que ligava o Paço Real ao Palácio e Campo de Seteias."

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

A rota do romantismo

A surpresa pelas maravilhas naturais desta localidade ganha outros contornos se aliarmos ao gosto pela descoberta o benefício que advém do contacto estrito com a Natureza. Em comunhão com a paisagem circundante, o visitante é envolvido pela fragrância da beleza natural com que a Serra o presenteia, como se esta o chamasse para lhe desvendar locais enigmáticos, de rara formosura, qual obra-prima da Natureza, carregados de um passado rico em acontecimentos mundanos e sociais.
O percurso pela “rota do romantismo” deverá ser feito a pé, por entre a estrada antiga, que serpenteia a serra. Entre curvas e contracurvas, repletas das mais variadíssimas espécies de árvores, sobressaem diferentes tonalidades de verde, num quadro policromático. As copas largas, frondosas, de uma densa vegetação, oferecem sombras apetecíveis para quem ousa percorrer, a pé, os caminhos que conduzem a locais paradisíacos, despercebidos a olhares menos atentos.
Continuando na senda do percurso romântico, a pouco mais que uns quinhentos metros da vila, incrustada na paisagem da encosta, é-se surpreendido por um conjunto paisagístico que constitui uma das mais belas e enigmáticas quintas que rodeiam a vila: a quinta da Regaleira. Um espaço de uma subtileza sem igual, a quinta, hoje património da Câmara Municipal, constitui um ex-líbris da região. O visitante é surpreendido pelo magnífico conjunto que a constitui, misto de natural com muita intervenção humana. A quinta na sua concepção foi, toda ela, pensada aos mais ínfimos pormenores, nada tendo sido descurado pelos mentores de tão audacioso projecto.
A Regaleira pode-se considerar um hino à Natureza, uma homenagem ao Romantismo de quem intuiu a importância subtil dos pequenos grandes pormenores que marcam a diferença do resto banal e déjà-vu.
Vale a pena incluir este espaço proporcionador de êxtase afectivo, inundado de calma, relaxe e muita tranquilidade em perfeita comunhão com a Natureza no roteiro turístico de umas próximas férias.
(continua)

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Sintra em imagens

No alto, à esquerda, o castelo dos mouros e, à direita, o palácio da Pena, em baixo a vila: O contraste entre o antigo e o novo.

As construções apalaçadas são realçadas pela exuberância da paisagem natural
Espectáculo de cor e harmonia, a encosta do castelo sobranceira ao sopé da vila
Ao longe, por entre a vegetação e o casario, o palácio da vila destaca-se na sua construção imponente.
Ao longe, lá no alto, o castelo dos mouros, sobranceiro à vila que se estende a seus pés. O antigo e o novo convivem num só espaço.

Sintra, a exuberância da Natureza


Nestas férias, um dos locais de passagem obrigatória foi a formosa vila de Sintra. A decisão de incluir a vila nos locais a visitar prendeu-se com um saudosismo, próprio da idade , de quem quis relembrar momentos de juventude, para sempre gravados na memória das emoções e dos afectos.
Revisitar Sintra é sempre recuar no tempo, numa viagem ao coração do Romantismo; é (re) descobrir locais magníficos e sumptuosos, repletos de cor e beleza; é ser-se surpreendido em cada recanto e curva pela exuberância que caracteriza todo o conjunto paisagístico onde a vila se implanta. É relembrar, com surpresa, que os cheiros, os sons, os silêncios da Natureza continuam entranhados nas memórias de momentos passados, jamais esquecidos!
Sintra, de Eça, que com a arte da escrita tão bem descreveu o que a Natureza fez brotar espontaneamente. Sintra, cenário de Carlos da Maia, de Ega e de um mistério por desvendar.
Sintra, testemunha silenciosa de tramas e enredos, amores e ódios.
Escondidas por entre o emaranhado da vegetação, as quintas e os palácios veraneiam o castelo altivo e sobranceiro que, no cume do monte, continua a vigiar a paisagem esplendorosa que se estende a seus pés.
Sintra é um hino à beleza, à paz, à harmonia: confluência, por excelência, entre a Natureza e o homem, entre a sabedoria e o sonho, entre a naturalidade espontânea e a força do querer.
Sintra local obrigatório a (re)visitar, sempre!

terça-feira, 3 de agosto de 2010

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Descentralização(?!)

É sobejamente sabido que a capital está servida de infra-estruturas e serviços que possibilitam uma oferta cultural diferente da do resto do país.
Assim não é de estranhar a atracção e o fascínio que Lisboa exerce em todos os que procuram pólos culturais, catalisadores de conhecimentos e momentos nas mais variadíssimas áreas do saber e do lazer.
Lisboa e arredores concentram em si uma variadíssima gama de ofertas culturais, educativas e lúdicas, que apenas beneficia quem vive na grande metrópole ou quem tem hipótese de a ela se deslocar. O resto da população continua a sentir-se isolada culturalmente e a ser tratada como português de segunda.
A tão discutida descentralização parece não passar de teoria. Se dúvidas houver, perguntem a quem vive fora da capital o que pensa e o que sente sobre o assunto.
Como se questiona a minha filha (com ar desolado):”Oh mãe, mas porque é que tudo o que acontece é sempre em Lisboa?”
Resta pôr em prática o ditado que diz: "Se a montanha não vai a Maomé, vai Maomé à montanha ".
E viva a capital!

domingo, 1 de agosto de 2010

Impressões: parte I

Aproveitando o início de férias, um passeio rumo à capital, com o intuito de usufruir de uns dias direccionados para a vertente cultural, soube bem e fez bem.
Mas como era preciso contentar graúdos e miúdos, houve que planear previamente os circuitos a visitar para contento de ambas as partes.
Num dos dias destinados aos mais pequenos, a Kidzania foi ponto de honra, momento alto, na vertente mais lúdica do périplo cultural pensado.
Por entre Crels, Ics variados e cortadas desconhecidas eis que se avista o tão desejado edifício “Dolce Vita Tejo” (que por ironia até fica bem afastado do rio que lhe dá nome).
Chegada, a ânsia de iniciar o percurso toma conta da pequenada, excitada pela perspectiva do que a espera. Mas há que tratar da questão da segurança para bem de todos os intervenientes.
Ouvidas as explicações necessárias, finalmente entram no espaço pensado exclusivamente para os mais pequenos:uma cidade em miniatura, contendo mais de 60 profissões, onde as crianças, de uma forma lúdico-didáctica, tomam contacto com a realidade quotidiana do mundo dos adultos, aprendem, fazendo e participando. Metodologia adequada para quem o objectivo essencial é o ensinar competências de modo, a que o tempo ali passado, cerca de 8 horas seguidas, fique para sempre na memória de quem teve a possibilidade de poder participar nesta experiência gratificante, bem do agrado da pequenada: basta ver as expressões dos rostos, os sorrisos que afloram cada face, o brilho cintilante dos olhares quando termina o tempo e as portas se abrem dando saída aos participantes.
Uma “aventura” que dificilmente esquecerão.
Uma única crítica: As crianças do resto do país também deveriam ter direito a vivenciar tal experiência.
Mas a capital é a capital e o resto continua a ser paisagem, bela sem dúvida, mas do ponto de vista natural!
(continua)