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segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

O seguro morreu de velho


Hoje o Sporting joga com o Guimarães para a Taça da Liga.
Tendo em conta os acontecimentos ocorridos após o jogo com a mesma equipa, mas para o campeonato da 1ª Liga com dois adeptos leoninos, é compreensível a tomada de posição do Presidente Bruno de Carvalho ao decidir não permitir a venda de bilhetes em Alvalade para o jogo.
O desporto gera paixões, mas nunca se deveria coadunar com violência.
O ditado diz” Gato escaldado de água fria tem medo”, só que, dadas as circunstâncias, considero ser mais apropriado e pertinente empregar um novo ditado, cujo look  em tons de verde se adequa melhor à situação, ou seja “ Gato esfaqueado, em Guimarães, nunca mais é apanhado".
Nada como jogar pelo seguro, por isso, mais logo, os gatos cá de casa vão torcer pelo seu parente nobre, equipados como manda a etiqueta,  mas no conforto do sofá!

 Um já se adiantou...



 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Postal de Natal





Apesar de ultimamente a imaginação andar pouco fértil, escolhi um postal de Natal genuíno, inconfundível e único (sim, porque somos todos criação divina) para expressar os meus votos nesta quadra festiva.
A todos vós que me lêem, desejo um Santo e Feliz Natal repleto de muita paz, compreensão, serenidade e amor ao próximo.
FELIZ NATAL!
(Ho, ho, ho!)









terça-feira, 23 de dezembro de 2014

A vida


A vida não é, antes de mais, consumir, mas percepcionar, sentir, provar e saborear.
Não é a quantidade de coisas que eu tomo para mim que decidem se eu vivo realmente, mas o modo como eu percepciono e experimento aquilo que me é oferecido. Tem a ver, sobretudo, com a intensidade da vida. E essa precisa de sossego, serenidade, liberdade, admiração, entrega àquilo que verdadeiramente é importante.

Anselm Grün.
 
 
 
 
 
 
 
 

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Sabor a Natal


Declaro aberta, oficialmente, a interrupção lectiva, mais conhecida por férias de Natal! O mesmo é dizer que a partir de hoje até ao dia cinco de Janeiro está interdito o uso do despertador, o acordar obrigatório, a correria desenfreada no escoar dos minutos que, de manhã, misteriosamente, parecem ter apenas escassos segundos.
Nesta altura, de Natal, sabe bem sentir o frio lá fora, saborear o conforto aconchegante da casa, o calor da família que se junta, o riso e a conversa desfiada, os serões prolongados, a pequena árvore iluminada perto de um Presépio simples e humilde, símbolo inequívoco do que vem anunciar.
As gerações sucedem-se, mas a tradição mantém-se nos rituais da quadra: é certo que o peru cedeu lugar ao cabrito assado, no entanto, as rabanadas, as fatias douradas, os sonhos e o bolo-rei permanecem, perpetuam memórias adocicadas, fazem recordar sabores de outrora que atravessam o tempo enraizados no legado do passado.
Decididamente, gosto do Natal!









 

 

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Os desfazedores da democracia


Quando vi estas imagens fiquei perplexa, ainda pensei que me tinha enganado e, em vez de estar a assistir a um episódio ocorrido, ontem, na Assembleia da República, entre o deputado do PS e o secretário de estado Paulo Núncio, estava era a ver uma cena de um qualquer filme (entre o trágico e o cómico) português!
Alguma coisa se passa ali para os lados de São Bento…
Outro dia foi o ministro da Economia a intervir, falando como se estivesse a contar uma história a criancinhas muito, muito pequeninas, de infantário e com dificuldades de compreensão. 
Ontem, foi o deputado do PS, Eduardo Cabrita, partido que pugna pelo respeito e pela liberdade, a “brincar” com o microfone do género: “agora falo eu, falo eu, falo eu e tu não!”.
Será que o ar contaminado, sabe-se lá porquê, voou de Vila Franca até Lisboa e está a provocar alterações comportamentais nos nossos deputados e membros do governo, levando-os a comportarem-se como se fossem crianças?
Isole-se a Assembleia! Quarentena imediata!
Já não há paciência para estes desfazedores de democracia!  










quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Grammy (numa noite sem estrelas)


Daqui a pouco, em Las Vegas, Carlos do Carmo será agraciado com o Prémio Grammy Latino de Carreira, num reconhecimento, da academia, à qualidade do seu trabalho e ao modo como sempre se entregou à música ligeira portuguesa e ao fado canção em particular.
 Uma vida preenchida de música a cantar e a encantar, em belas e genuínas interpretações, de grandes poetas e músicos portugueses.
Na memória das memórias importantes, marcantes, a recordação de um dos muitos belos poemas de Ary dos Santos, musicado por Fernando Tordo e soberbamente interpretado por Carlos do Carmo: um hino ao amor, à esperança e ao querer.
Simplesmente, belo, único, de arrepiar!

sábado, 15 de novembro de 2014

Rrrrrreeeeerrrreeeeee


 Deambulando pela Internet, descobri um vídeo que falava da importância de se ter um gato como animal de estimação e, entre outros assuntos abordados, desmistificava uma série de ideias feitas, enraizadas num imaginário colectivo que quem tem gatos sabe muito bem não corresponder à realidade. Tudo o que ouvi só veio corroborar o que eu já pensava sobre gatos, a sua maneira de ser e de agir, traços da personalidade de quem prefere gatos a cães, entre outras informações.
A verdade é que os gatos participam na história da humanidade, são personagens intervenientes de períodos importantes e tiveram um papel primordial. Por exemplo, durante a Idade Média, a Inquisição não perseguiu e matou apenas as “bruxas”, mas também os seus gatos, considerados, desde então, o símbolo das feiticeiras, ligados ao mágico, ao oculto, às energias. De tal modo que quando a Peste Negra surgiu na Europa, trazida pelas pulgas dos ratos, foi fácil a sua propagação porque não existiam gatos em número suficiente para controlar a população roedora. Já para não falar do papel de relevo que os gatos desempenhavam na cultura egípcia.
Ter animais de estimação, e particularmente gatos, faz bem. Duvidam? Então vejam 
Enquanto isso, eu vou fazer uma festinha ao meu!


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Coisas que não há que há


Uma coisa que me põe triste
é que não exista o que não existe.
(Se é que não existe, e isto é que existe!)
Há tantas coisas bonitas que não há:
coisas que não há, gente que não há,
bichos que já houve e já não há,
livros por ler, coisas por ver,
feitos desfeitos, outros feitos por fazer,
pessoas tão boas ainda por nascer
e outras que morreram há tanto tempo!
Tantas lembranças de que não me lembro,
lugares que não sei, invenções que não invento,
gente de vidro e de vento, países por achar,
paisagens, plantas, jardins de ar,
tudo o que eu nem posso imaginar
porque se o imaginasse já existia
embora num lugar onde só eu ia...


                                                 Manuel António Pina.











 

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Plenitude


Este estado de tempo assim: chuvoso, cinzento e escuro, entristece e melancoliza o dia e a nostalgia em mim.
Em dias como este, taciturno e acabrunhado, a recordação de todos os que marcaram o nosso percurso de vida aviva-se, invade-nos num crescendo de saudade.
Partiram, mas deles ficaram muito mais que as lembranças, talvez o maior dos legados: os valores transmitidos, os ensinamentos ministrados e (por vezes) a arte do silêncio, essa sabedoria milenar!
A memória dos dias que foram impõe-se, ajuda-nos a perceber o legado da nossa existência, os pilares da nossa essência.
Em dias assim, resguardo-me na plenitude das palavras que não escrevo: matizadas de afectos (de nós); ensinamentos (de ti) e imortalizadas em mim.









 

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Fragilidade


Hoje acordei cedo (por obrigação, não por escolha) e quando isso acontece o tempo dá para quase tudo. Por isso, decidi sentar-me um pouco em frente a este ecrã e escrever.
Sim, despertei para o dia com uma vontade imensa de escrever qualquer coisa, qualquer coisa, qualquer coisa, das muitas que ocorreram desde a última vez que aqui estive (ou pelo menos que me servisse de ponto de partida para a inspiração, já que as ideias são pombas brancas esvoaçando no pensamento, agrilhoadas à liberdade).
A morte é sempre desgostosa e quando surge do nada, sem se anunciar, nem dar indícios, envolve-nos numa imensa tristeza, por vezes até perplexidade. Quando isto acontece, uma força misteriosa e forte leva-nos a parar a agitação distraída em que vivemos e pensamos e reflectimos e lembramos e tantos pensamentos se precipitam…
À medida que os dias passam e distraidamente se estendem em meses e anos, apercebemo-nos de que também mudamos com eles e passamos a perspectivar o que sucede de um outro modo: diferente, talvez mais maturado, menos inflamado, mais pensado, mais crescido.
A aproximação ao divino, a procura mística surgem como um processo natural do desenvolvimento do espírito. Talvez por isso ou também por isso percebemos o quão pequeninos nós somos face à imensidão dos mistérios do universo: ínfimas partículas, muitas vezes à deriva, buscando sentidos, razões, explicações para o que não entendemos, para o que não controlamos, para o mistério que também somos e a que pertencemos.
Nesta busca pessoal, única e individual, a vida apresenta-se-nos como uma viagem de muitas etapas, alguns obstáculos e inúmeras aprendizagens num percurso de aperfeiçoamento e melhoria, de crescimento espiritual, de libertação (qual dama fugidia e indomável que nos envolve em volúpias sensações) do que éramos para o que podemos ser, do que queremos e (talvez mais importante) do que, de todo, dispensamos, onde o erro é terapêutico porque impele à mudança, quando este ganha consciência em nós.
Hoje, sem dúvida, brotou em mim uma vontade imensa de me (des?) escrever em palavras:
       afloradas de emoção,
                               perfumadas de afecto,
                                                esculpidas na recôndita fragilidade de mim.










sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Competitividade ou falta dela


A noção de que uma das causas do nosso atraso face a outros países europeus passa pela falta de competitividade das nossas empresas, é uma realidade. Se dúvidas houvesse, o caso que passo a relatar não só as comprova como as dissipa.
Aquando da minha deslocação à capital, por altura das férias, adquiri, numa das muitas farmácias lisboetas, um determinado produto que, entretanto, terminou. Mais tarde, descobri que a marca oferecia um outro produto mais apropriado à minha idade.
Porque o primeiro se revelara excelente, decidi, já em Coimbra, comprar uma outra embalagem. Dirigi-me à farmácia habitual, não havia nem conheciam. Ficaram com os dados necessários para contactarem o fornecedor e darem-me uma resposta. Até aqui nada de muito estranho. Passou-se um dia, passaram-se dois e ao terceiro, na ausência de notícias, dirigi-me ao estabelecimento, pensando que se tivessem esquecido do assunto. Pelo contrário, estavam fartos de tentar comunicar com a empresa responsável pela distribuição do produto, tarefa quase hercúlea já que começaram por não atender, depois a secção comercial fechava as 15 horas, a seguir não havia aquele específico, só estava comercializado em Espanha e noutros países da Europa, mas podiam enviar um igual ao que encontrara em Lisboa. Quando perguntei o preço, descobri que a periferia paga-se: custava mais 10 euros do que dera pelo primeiro. Como é possível? Descontente com os contornos da situação, resolvi pesquisar na Net. Qual não foi o meu espanto quando, mal entrei na página indicada, fui abordada, simpática e prontamente por um operador da farmácia online que me ajudou nos trâmites necessários para adquirir o dito cujo.
Este estabelecimento virtual encontra-se sediado em Leon, fui atendida num castelhano completamente perceptível, por um profissional dinâmico e competente, espelho da modernidade da empresa, virada para os desafios do presente e vinte e quatro horas depois – pasme-se! – o produto, que veio de Espanha, estava nas minhas mãos por menos 30 euros que o solicitado, aqui,  em terras lusas pelo tal fornecedor.
Ainda agora me custa a acreditar que isto aconteceu!
Muitas das nossas empresas continuam a funcionar subordinadas a modelos sociais ultrapassados e geridas por profissionais aprisionados no tempo, com uma mentalidade pequena, cujo objectivo único parece ser apenas o lucro.
Se as mudanças não ocorrerem, dificilmente conseguiremos competir com os outros e ocuparemos, sempre, a cauda da Europa.
(Já agora: de Espanha, afinal, pode até nem vir bom vento nem bom casamento, mas competência, celeridade, simpatia no atendimento, ai isso afianço-vos que vem!)










domingo, 28 de setembro de 2014

O se da certeza


Hoje, o Partido Socialista arruma a casa. Com os resultados das Primárias decide-se o futuro do maior partido da oposição e redesenham-se estratégias para o futuro.
Quem deve estar ansioso por saber o sentido de voto dos militantes e simpatizantes do PS são os partidos do governo e principalmente o primeiro-ministro com um pezinho do pensamento no imediato e outro nas legislativas de 2015.
Se ganhar o Costa, Pedro Passos Coelho tremerá do alto da sua tecno-fragilidade e 2015 começará a tornar-se uma miragem… Se ganhar Seguro, ainda há uma réstia de esperança.
Independentemente do tonight e do day after, esta bloguista garante aos seus leitores uma inevitabilidade: vence o António!










quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Ocaso



Fotografia de Mª Suzete M. Braga
Serra da Lousã

Sem nos apercebermos, passou um dia, um mês, um ano, vários anos e o tempo galopou, levando com ele parte de nós, bocados do que fomos e do que fizemos, do que demos e sonhámos.
Neste percurso de vida, uns partiram, outros ficaram e alguns tornaram-se ténues sombras,  pálidas imagens do que representavam, mas todos levaram consigo pedacitos de nós que se incrustaram nas memórias do que foi, do que existiu, do que significou.
Agora, quando a vida se despede  em aguarelas de ocasos,  pinceladas em deslumbrantes dourados e carmesins, ficam apenas as lembranças de quando não pensávamos no tempo e, simplesmente, acontecia, porque éramos, acreditávamos e não desistíamos ...









sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Improbabilidade ou a dificuldade em desnudar o pensamento


Contextualização (espacial, temporal e situacional): sala de aula; final da primeira semana do ano lectivo; avaliação diagnóstica no domínio da escrita em que se solicitava a redacção de um texto narrativo, no qual o aluno tinha de relatar um episódio inesquecível da sua vida escolar, real ou imaginado, passado numa determinada zona da escola, na companhia de colegas e/ou de professores.
Era este o tema pedido para a composição. O que se seguiu é o assunto da minha reflexão.
A primeira dificuldade dos alunos residiu em encontrarem, nalgum momento das suas memórias, um episódio marcante, digno de ser relembrado. Logo de imediato, para aqueles que não o tinham (ainda eram bastantes) surgiu o segundo grande obstáculo: imaginar, voar com o pensamento, reconstruir a partir do real, esculpir as ideias e modelá-las em palavras.
Estou a falar de jovens com onze, doze anos, a entrarem no sexto ano de escolaridade, com a frequência de cinco anos lectivos, o equivalente a cerca de quarenta e cinco meses de convívio, quase diário, mil trezentos e cinquenta dias de vivências partilhadas, dentro e fora de salas de aula, em contexto escolar e não conseguirem seleccionar, de entre tantas situações ocorridas, nenhuma especial que lhes tivesse tocado? Como se a Escola lhes passasse pela vida, em bicos dos pés, despercebidamente, deixando ténues pegadas neste percurso.
E o convívio? E as brincadeiras geradoras de laços vinculadores da amizade e do companheirismo, essência de relações que perduram para o resto da vida? Restam apenas memórias esbatidas desses momentos, sem significado afectivo, despejados de emoções?
E a capacidade de idealizar a partir do concreto, tão própria desta faixa etária? Onde se encontra? Perdeu-se? Não me parece, continua a existir em cada criança, em cada jovem, apenas se diluiu porque não é exercitada.
Esta geração nasceu e cresceu num tempo em que tudo, para além de ser dado, já vem formatado (os brinquedos; os entretenimentos; as situações; os rituais; os modelos; as manifestações das emoções; a vida, menos a capacidade de imaginar!).
Há muitos anos, num outro contexto, o poeta bradava “Não há machado que corte a raiz ao pensamento (…) ”. Caro poeta, quando o exercício (deveria sentir-se como simples, fácil e natural) de libertar as ideias e recriar novas formas, livres, genuínas, se converte num tormento incorpóreo, então, o improvável, o inimaginável, o impossível, parece ter sido conseguido.










sexta-feira, 12 de setembro de 2014

O lado negro de


Um destes dias ouvi, com uma certa perplexidade e algum receio, um dirigente religioso do auto-proclamado Estado Islâmico defender, veementemente, a ideia de expansão territorial para os países do Ocidente, com vista à difusão e posterior implantação do Islamismo ou melhor, do fundamentalismo islâmico, cego e déspota - como todos os fundamentalismos - a fazer lembrar o que sucedeu no século VII, aquando da expansão muçulmana.
Se este querer não for contrariado, torna-se poder e fazer e corremos o risco dos paladins desta ideologia ainda nos invadirem!  Não afirmaram já ser a Espanha berço seu por direito histórico (o reino de Granada perdurou na Península Ibérica até ao ano de 1492, finais do século XV)? Tal como no passado, voltarão a querer dominar toda a Al Andalus.
Como não me vejo de burka, nem privada da minha liberdade individual, nem anulada como ser humano só porque nasci mulher (entre muitas outras razões), peço: alguém detenha estes fanáticos perigosos que por onde passam só sabem deixar um rasto de terror, destruição e maldade!
Que o Deus (independentemente do nome pelo qual é invocado) nos proteja de semelhante sorte!










quarta-feira, 3 de setembro de 2014

As incertezas do presente


O Homem, desde que inventou as religiões, tem-se servido delas e dos deuses de cada qual para justificar algumas tomadas de decisão e consequentes acções contra os seus irmãos.
A História demonstra-nos a veracidade desta realidade.
Como podem os seres humanos invocar um deus – Aquele em que acreditam - para legitimar atitudes: vis, brutais, frias, desprovidas de positividade, contra os seus semelhantes e criar um clima de terror e instabilidade, escondendo-se do exterior, dos outros, envoltos em trajes negros - sempre as vestes negras-  (assim eram as dos Jesuítas, assim são as dos Jihadistas, como a negritude da sua alma)?
De repente, parece que o Homem desencadeou um processo de negação dos valores humanistas e, com as suas acções, se encaminha para um tempo caracterizado pelo retorno à barbárie, à lei do mais forte (física e socialmente, entenda-se), baseada na força das armas, na posição e estatuto sociais, no desencadear de um clima de medo e de pavor, em que a justiça, a inteligibilidade e a palavra, como forma de entendimento, como veículo de comunicação, perderam importância.
Para onde caminhamos?










segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Gestos de grandeza


No final do derby da capital, um jovem adepto benfiquista, trajado a rigor, exibia um cartaz dizendo "Rui Patrício, dá-me a tua camisola". O guarda-redes da nossa Selecção não ficou indiferente a tal pedido e ofereceu-lhe as luvas.
Bonito gesto a demonstrar a grandeza de dois seres humanos: do adepto e do jogador.
(Não resisto: obrigada, Artur!...)










domingo, 31 de agosto de 2014

Portugal no seu melhor ou os insólitos de um país






Nada como uma boa, objectiva, directa e personalizada indicação, para precaver enganos e evitar atrasos...
Se a moda pega, em Coimbra não haverá problemas, pois estas construções rodoviárias há muito que invadiram a cidade, desde o mandato do antigo e agora actual Presidente da Câmara, Manuel Machado.
Até já estou a imaginar a rotunda da Solum, ou das Palmeiras, ou mesmo da Casa Branca invadidas de setinhas com os mais variados recados ou indicações particulares.
Haja imaginação e sentido de humor!
Melhor do que isto só mesmo a informação pespegada na fronte do edifício do quartel dos bombeiros locais, perto da Costa da Caparica, em que se pode ler “associação de voluntários para incêndios”.
Como a falta de uma palavrinha compromete e lixa o sentido e as boas intenções dos rapazes…










sábado, 30 de agosto de 2014

Verdade em si

 

Faz e acontece já que 
 
  ...
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 




quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Momentos

Palácio da Vila
 
 
 
 
Do Castelo até à Vila
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


domingo, 24 de agosto de 2014

A eterna bela e romântica Sintra


Regressar aos locais da minha infância e juventude, passear por lugares outrora já percorridos é reviver momentos, instantes, recordar episódios, pessoas, histórias.
As mudanças operadas com a passagem do tempo apenas são notórias nos espaços que rodeiam o núcleo arquitectónico e paisagístico da parte antiga da vila de Sintra. Aqui, a mesma ruela íngreme e estreita a esgueirar-se pela encosta acima, rumo ao castelo altaneiro que se mantém vigilante depois de tantos séculos passados; ali, no sopé da serra, uma construção palaciana, avistada, no horizonte, através das suas altíssimas chaminés, um postal ilustrado ao natural para quem chega, repleto de cores, animação e muito movimento.
Debruçado sobre a vila, o verde exuberante e luxuriante, legado intemporal D. Fernando de Saxe-Coburgo-Gota, II de Portugal, marido de D. Maria II, o rei que se apaixonou por Sintra e decidiu erigir um espaço natural, todo ele idealizado de acordo com o romantismo da época, onde, ainda hoje perduram as suas fontes e caminhos, jardins e quintas de majestosos solares, espécies vegetais de várias partes do mundo, conferindo ao local um misticismo único e genuíno, em comunhão com a Natureza, as mesmas dos Maias e do Mistério da Estrada de Sintra, de Eça e de Ramalho e de Lord Byron, a perpetuarem-se no tempo, testemunhos de outras histórias, de outras vivências, de outras gerações, gente que como eu guardou memórias afectivas ligadas àquele espaço deslumbrante. Enamorar-se de Sintra é imediato.
Esta vila, aninhada entre o sopé e as encostas da serra, é sem dúvida um dos locais mais belos e magníficos do nosso país e por isso encruzilhada das mais diversas nacionalidades, sempre repleto de turistas.
Um sítio a conhecer, uma visita obrigatória para quem prima pelo bom gosto e pelo requinte.

















 

Castelo dos Mouros

 
 
Sintra










Palácio da Vila

 
 
Sintra
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

A exemplo do BES


As férias são aquele momento ideal do ano para a tomada de decisões já que permitem um tempo sem tempo, propício à reflexão e à interiorização.
A exemplo do que sucedeu ao BES, também eu decidi dar um novo rumo à minha pessoa.
Deste modo, a partir de hoje, o meu nome muda para Nova Luz Câmara.
Esta subdivisão do meu eu altera algumas rotinas: as minhas obrigações, empréstimos, juros, dívidas e aborrecimentos (lixo tóxico) ficarão a cargo da antiga Luz Câmara (serão saldadas logo que possível), enquanto os activos bons, ou seja, os valores, a família, os amigos, os animais de estimação, as paixões (dança), as poupanças, a casa e o carro passarão, automaticamente, para a Nova Luz que se continuará a relacionar com os seus depositantes (amigos) como fazia a antiga. Para estes nada mudou!
Com esta resolução, acabaram-se, de vez, as preocupações e tenho a certeza de que a minha vida se tornará mais calma e suave, sem inquietações, nem encargos: adeus trabalho; adeus toque irritante do despertador antes das sete da manhã; adeus colegas de profissão, escravos da burocracia e do sistema; adeus reuniões prolongadas nas horas e enredadas em palavras sem fim; adeus…; adeus…; adeus… Afinal, as obrigações já não são da minha responsabilidade, ficam com a antiga Luz Câmara!

Nova Luz Câmara
 
Nota: O presente texto baseou-se numa ideia retirada de uma publicação no Facebook e qualquer semelhança com a realidade não é pura coincidência.
 
 
 
 
 
 

domingo, 20 de julho de 2014

Sem resposta


Quando penso na Humanidade, quero muito acreditar que a essência primordial que a define é uma condição intrínseca de paz e de entendimento, constituindo-se as guerras e os conflitos como a excepção que ciclicamente confirma a regra.
No entanto, se nos lembramos de todas as contendas, discórdias, lutas que marcaram e continuam a marcar a História do Homem, a dúvida instala-se dando lugar a questões como “Qual será a essência da Humanidade? Uma apetência inata para a guerra ou um estado natural de paz? Qual o traço matricial das relações sociais? O conflito latente, sempre pronto a manifestar-se por entre um ilusório e aparente entendimento ou o oposto? Como interpretar à luz destas duas visões opostas ou em que campo incluir episódios marcantes da nossa História como as Guerras Santas; a subjugação e a tentativa de extermínio de um povo sobre outro; o Holocausto; mais recentemente a guerra na Ucrânia e o assassinato de civis inocentes; os conflitos permanentes entre Israel e a Palestina, as ditaduras castradoras dos direitos fundamentais do ser humano, entre tantos e tantos outros diferendos que parecem realçar o monstro que se acoita na nossa espécie e faz-nos esquecer que também albergamos um lado positivo?
Somos uma espécie eminentemente pacífica com momentos de forte entropia na sua evolução política e social ou, pelo contrário, somos de uma belicosidade natural mascarada pela cultura?










sexta-feira, 11 de julho de 2014

Regresso ao passado


Já não nos bastava o buraco no BPN (muito mal tapado e à custa do erário público) e eis que surge logo outro de nome BES. Espero que desta vez não ousem sequer pensar em usar o Estado como escudo protector da má gerência de uns tantos. Já chega de cobrir buracos!
Como não há duas sem três, qual será a próxima instituição bancária a colapsar? Isto vai de mal a pior!
Um dia destes, com tanta buracada, perde-se de vez a confiança e adoptamos o velhinho método dos nossos antepassados: esconder o dinheiro (os que ainda o tiverem) debaixo do colchão. Talvez assim consigamos dormir, descansadamente, sobre este assunto!











 

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Muito mais do que um jogo


 Ontem, a selecção alemã mostrou e demonstrou ao mundo o poder e a força do país a que pertence. Para muitos poderá ter sido um mero jogo de futebol, mas a verdade é que a essência que possibilitou o aniquilamento do Brasil, dentro das quatro linhas, representa o paradigma do poder de um país, no xadrez europeu e mundial, a nível económico, político e social.
O não simpatizar com a Deutschland, não implica que não reconheça as qualidades que fazem desta Nação e do seu povo, um dos colossos actuais da Europa: rigor, método, planeamento, disciplina, coordenação, eficácia, trabalho, são talvez as principais e responsáveis características do seu sucesso.
A capacidade que os germanos possuem de se organizarem e reorganizarem, renascerem das cinzas, qual Félix, da fraqueza fazerem força, é no mínimo surpreendente e a comprová-lo temos a História que o testemunha: lembremo-nos do que sucedeu ao território, após a 2ª Grande Guerra, a sua divisão em dois países ideologicamente distintos e opostos, numa tentativa dos países vencedores, encabeçados pelos Estados Unidos da América e pela URSS, enfraquecerem esta potência, deixando-a Knock-Out por muito tempo. A sua força anímica foi (e continua a ser) tão grande que nem o  que lhe aconteceu, após ter perdido a guerra, a derrubou.
A Alemanha, desde sempre, exerceu uma hegemonia que ainda perdura. Está-lhe na génese.
Por isso digo e repito que o que aconteceu no jogo com o Brasil (e anteriormente com Portugal) possui uma carga simbólica do tamanho da derrota que incutiram à selecção canarinha, simbologia esta que ultrapassa o Mundial, as quatro linhas e o futebol!
A Europa não se pode distrair, pois a Alemanha há muito que se descolou dos países da União a que pertence e tem-se vindo a tornar cada vez mais forte!










sábado, 5 de julho de 2014

Um triste engodo ou o retrato de um país sem soberania


Parece que o Ministério da Educação e Ciência, juntamente com a Secretaria de Estado da Administração Local e o Ministro-Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Poiares Maduro, pretendem, a curto e médio prazo, municipalizar as escolas com vista a retirar, do Poder Central, o ónus com a Educação e com os professores.
“Descentralização de competências” - afirmam os responsáveis pelo processo. Eu diria que o MEC (e o governo) quer é sacudir a água do capote e com esta ideia luminosa conseguir arrecadar mais alguns milhares ou milhões de euros, visando a diminuição do deficit nos próximos anos.
As particularidades da proposta de municipalização das escolas vão sendo conhecidas a conta-gotas (estratégia há muito utilizada pelos governos, do género matar, mas com suavidade).
Hoje, levantou-se um pouco mais o véu e soube-se que uma das novidades presentes na proposta é o chamado "factor de eficiência”, o qual pretende premiar as câmaras que trabalhem com um número de docentes inferior ao tido como necessário para o respectivo universo escolar (mas mantendo o sucesso, entenda-se).
Estes gajos (sim, é mesmo este o termo que quero utilizar para os nomear, um termo que pretende transmitir o meu sentir) tomam-nos como mentecaptos, cordeirinhos mansos que tudo acatam e nada contestam.
Se a maior parte dos municípios se encontra endividada, como é que alguns destes têm a veleidade de quererem chamar a si a responsabilidade de gerir a Educação nos agrupamentos de escolas da sua área de influência?
E o perigo da instrumentalização das escolas (e das pessoas) para fins políticos? Quem garante a imparcialidade e a correcção de critérios na contratação dos docentes? Como se pode acreditar nas melhores intenções para a Escola Pública, quando se acena com um bónus pomposamente apelidado de “factor de eficiência”? Alguém acredita nisto? Sinceramente, não!
Sei que o que nos espera é bem pior do que alguma vez supuséramos.
Sinto uma angústia do tamanho do engodo que me (nos) querem impingir!
Parece-me que o governo (ou antes a Troika? Saiu, mas as metas a atingir devem ter ficado bem definidas nas ordens dadas: cortar, cortar, cortar, a torto, a direito, não interessa como, desde que os objectivos sejam cumpridos! Têm-se revelado alunos exemplares e cumpridores das ordens do mestre, estes nossos governantes) está a querer enveredar por um caminho que vai destruir a qualidade, o bom nome e até a própria Escola Pública ( assim como o Estado Social, tal como o conhecemos).
Grande façanha! Nem os cinquenta anos de ditadura, com todo o obscurantismo e mentalidade retrógrada e fechada que o caracterizou, ousaram semelhante proeza!
Sinto uma enorme tristeza porque perdemos, definitivamente, a soberania. Somos uns meros fantoches nas mãos dos detentores do capital e os únicos interesses que importam são os económicos. Tudo o resto? É para abater, acabar, neutralizar!

“ Agora se vende Portugal, que tantas cabeças e sangue custou a ganhar quando foi tomado aos Mouros!”

Fernão Lopes, crónica de el-rei D. Fernando, século XV